A Companhia de Artilharia 3451, pertenceu ao Batalhão 3860, cumpriu comissão de serviço, durante a guerra colonial, no Lucunga, norte de Angola, entre 1971/1974.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Escola Prática de Artilharia
No Alentejo, na época, havia searas, ranchos de ceifeiras. As máquinas eram poucas, prevalecia o trabalho duro e braçal sob o sol escaldante da planície.
Há coisas que nunca esquecerei, o cantarolar das mulheres, os passos cadenciados na madrugada, a caminho do trabalho, enquanto isso, aguardávamos no "Matador" o início do treino de orientação.
Ao fim de tantos anos, tudo acaba no meu país, não há searas no Alentejo que, deixou de ser o celeiro de Portugal...estamos mais pobres e dependentes.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
A goiabeira
Existem duas variedades: a branca, de casca esverdeada e interior amarelo-esverdeado pálido e a vermelha, de casca amarelada e interior rosado.
De um modo geral, não tem muito açúcar e quase nenhuma gordura, sendo indicada para qualquer tipo de dieta e, de preferência, deve ser comida crua. É contra-indicada apenas para pessoas que tenham o aparelho digestivo delicado ou com problemas intestinais.
domingo, 26 de dezembro de 2010
Os povos de Angola
Ao chegarmos ao Quinjingo, não havia população, foi aparecendo lentamente, gente com muitos ornamentos, coisas espetadas no nariz, orelhas, queixos, etc.
As crianças aproximavam-se da tropa, disputavam as latas vazias da ração de combate, descobri que o faziam porque as usavam para fazer uma espécie de candeeiro de iluminação.
Foram enriquecedoras essas primeiras saídas, vivi e apreciei situações diferentes, da África profunda. As pessoas eram afáveis e pacificas apesar do isolamento do mundo civilizado.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
A realidade de Luanda
Antes de verem os projectos para a nova Baía de Luanda leiam o texto do jornalista brasileiro Bruno Garschagen.
Luanda é um luxo para poucosVISTO DE FORALuanda é um luxo para poucos, por Bruno GarschagenA revista "Foreign Policy" saudava Angola por seu "espectacular crescimento económico". Estive em Luanda no final da semana passada e o que vi foi um estado policial e muita misériaVocê reconhece essa nação? O título da publicidade em formato de reportagem que a revista "Foreign Policy" publicou em sua edição de Maio/Junho saudava Angola por seu "espectacular crescimento económico". Por sua segurança e estabilidade política. Por seu poder regional para promover a paz. Quem pode duvidar de um país turbinado pela indústria petrolífera?Estive em Luanda no fim da semana passada para uma série de encontros pelo OrdemLivre.org, o programa lusófono da Atlas Economic Research Foundation em parceria com o Cato Institute. É a cidade mais cara em que já pus meus pés. Não há calçadas para pôr os pés. Não há espaços nas ruas para tantos carros. Os veículos novos e importados driblam o tráfego intenso e a miséria que bate nos vidros em busca de clientes para produtos chineses de marcas famosas. Ou de uma mera esmola que drible a fome.Luanda parece recém-saída de um terramoto. Construções decadentes são a moldura trágica para os poucos prédios novos e para as construções em curso. O lixo espalha-se no chão como folhas da relva. A cidade cheira mal. O transporte público é precário. Autocarro é um luxo reduzido e irregular. Não há táxi. Quem tem dinheiro aluga um carro com motorista. Quem não tem anda espremido em carrinhas lotadas. Ou a pé. Foi o que fiz. Os pobres de Luanda vagam pelas esquinas. Grupos de homens concentram-se em vários pontos da capital. Os trabalhos disponíveis exigem qualificação.Muitos deles nem sequer sabem ler ou escrever. A taxa de iliteracia é de 32,6%, segundo o CIA World Factbook.Luanda é um estado policial. É mais simples obter um visto de entrada para a China comunista. Quase mediram meu crânio e contaram meus dentes. No aeroporto, os sempre gentis funcionários da imigração olham com aquele semblante de vampiro esfomeado. No hotel, um formulário do governo solicita-me informações pessoais e objectivo da visita. Um gesto de boas-vindas um tanto excêntrico. A despedida? Guardas no aeroporto confiscaram todas as notas da moeda local. Não, não deram factura.Estabilidade política? Como não? O presidente José Eduardo dos Santos está no poder desde 1979. Não vejo outra forma de garantir a estabilidade do que se manter no poder durante 30 anos. E daí? Vendo fotos de Luanda na década de 1970 e lembrando o que vi pessoalmente há alguns dias é impossível não pensar nas virtudes da estabilidade adquirida naquele país por aquela elite política.Parte do país vai muito bem, obrigado. Mora em condomínios fechados afastados da miséria do centro. São os beneficiários do "espectacular crescimento económico" que perverte a ideia de um desenvolvimento cuja riqueza permite que grande parte da população saia da miséria.O estado angolano exerce o monopólio da actividade económica e decide quem poderá desfrutar das benesses do sector petrolífero. O mercado, lá, não existe. Na lista de 141 países do Índice de Liberdade Económica do Fraser Institute, Angola aparece na penúltima posição. Notável.As riquezas naturais de um país sob um governo autocrático funcionam como um muro perverso entre o Estado e a sociedade. Se o orçamento do governo não advém da riqueza produzida pela sociedade, a população perde o poder de pressão sobre a elite política. É convertida num estorvo que deve ser controlado.A população ainda carrega no espírito e no corpo a desolação da guerra civil, encerrada há apenas sete anos. A riqueza exibida pelos poucos é um apelo muito forte entre os jovens desafortunados. É natural que prefiram integrar a elite a lutar por mudanças políticas que beneficiem os indivíduos e não apenas um grupo protegido pelo Estado. Mas há uma minoria que nos permite alimentar a esperança, mesmo que a longo prazo, de reforma do statu quo. São estudantes, professores, jornalistas, advogados, intelectuais, que trabalham de forma isolada ou articulada para "desprivatizar" o governo angolano. São indivíduos que, no futuro, poderão repetir a mesma pergunta sem qualquer ponta de ironia: "Você reconhece essa nação?"
Jornalista brasileiro e mestrando em Ciência Política e RelaçõesInternacionais no INSTITUTO ESTUDOS PORTUGUESES/UNIVERSIDADE COIMBRA (IEP/UC)
(o filme"anúncio"/propaganda, virá depois do anúncio do site)http://videos.sapo.pt/g5vqzlNay0ZhDY5aTz5n
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Miss Angola 2010 - Jurema Ferraz
Numa passagem por Luanda, fui com outros companheiros a um cabaret, na baixa da cidade, depois duns whiskys, começou a esperada sessão de "streep teese".
"A artista" foi-se despindo de forma conveniente, empolgando os presentes, na maioria militares vindos da mata, às tantas, chegou o momento crítico, a última peça, para espanto de todos, era um artista com a "salada a badalar", foi o fim da macacada...
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
A água no Lucunga
A nossa actividade era muito penosa, sem água era horrível, chegávamos muitas vezes de colunas, cobertos de pó e não tínhamos água para tomar banho.
Recordo-me, depois duma coluna, com pó por todos os lados, só a zona dos óculos estava limpa, não havia água. Tive de me limpar com uma toalha e dormir assim.
Para quem estava habituado a condições básicas de vida, a falta de água, constituía uma violência enorme, sentia-me revoltado também com estas situações...
O poder instituído roubou-nos os melhores anos da nossa juventude, penalizou-nos com tantas situações de penúria...afinal, por conta de coisa nenhuma.
domingo, 19 de dezembro de 2010
Natal 2010
sábado, 18 de dezembro de 2010
A fauna na zona do Lucunga
O elefante-africano atinge os 3,50 metros até o nível da cernelha e 6 metros de comprimento, sendo o maior mamífero terrestre existente na actualidade. Um adulto necessita de cerca de 250 quilogramas de alimento e 160 litros de água todos os dias.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
As margens do Coji
Mais perto de perfil, temos o Malaquias, mais longe o Salvador, o outro companheiro parece-me o Abreu.
O Coji era e deve continuar a ser, um rio barrento, com margens cavadas, caudal forte e muito povoado de peixes, cobras e outra bicharada.
Um dia, um companheiro resolveu pescar, usando uma corda e a servir de anzol, um alfinete de dama. Os peixes eram enormes, óptimos para filetes...com um saco de linhagem, a servir de camaroeiro e os restos da comida, de isco, apanhavam-se lagostins que, depois de cozidos acompanhavam as Cucas e Nocais, tristemente quentes...no entretanto, para matar o tempo, lá íamos jogando à "batalha naval".
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
"OS FALCÕES"
domingo, 12 de dezembro de 2010
Os FALCÕES voam longe
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Estou contente, o nosso blogue está a chegar aos 8.000 acessos. Nasceu em Janeiro de 2010 e a contagem começou em meados de Março. A proveniência dos visitantes é de todo o lado. Da Suécia à África do Sul passando naturalmente por Angola, de New York a Singapura passando por Moscovo e Tóquio, fantástico...os FALCÕES voam longe.
Há muitos companheiros a viver no estrangeiro, recordo-me do Costa, a viver nos EUA, o Agostinho na Suíça, o Machado na Bélgica, o Cardoso (Beka) vem regularmente ao blogue, está em Angola...grandes FALCÕES.
sábado, 11 de dezembro de 2010
A CUCA e a NOCAL
Mais uma data festiva, a "CUCA" e "NOCAL" abundavam na mesa, o calor era muito e a sede apertava.
Da esquerda até ao centro, onde está o Bicho temos; Correia, Brás, Lopes, L. Cabral, Teixeira Lopes e Patrício
Da direita até ao centro; Reis Pinto, Coelho, Cipriano, Firmino, Carvalho "Doutor", Cascais e Pires Nazaré.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Os retornados do Lucunga
Bembe - Quinhentos e trinta e oito chefes de famílias reassentados na comuna de Lucunga, município do Bembe, província do Uíge, foram assistidos em bens diversos, num gesto do Alto Comissariado das Nações Unida para os Refugiados (ACNUR), no âmbito de ajuda e solidariedade para com as famílias vulneráveis.
Consta dos bens entregues pela direcção provincial da Assistência e Reinserção Social chapas de zinco, enxadas, catanas, limas, picaretas, kits higiénicos e de materiais de construção, cujas quantidades não foram reveladas.
O chefe do departamento provincial do Uíge de Assistência e Promoção Social da direcção local do Minars, Simão António, que procedeu a entrega dos bens, realçou que apesar de ser insuficiente o donativo visa apoiar as famílias que já ergueram as suas casas, mas que carecem de chapas para a sua cobertura.
Simão António lembrou que para além do apoio das organizações não governamentais, o MINARS tem implementado vários projectos que visam melhorar as condições de vida dos reassentados, com realce para o de auto-construção dirigida, o de geração e renda, assim como a criação de cooperativas no seio das famílias vulneráveis.
Por seu turno o administrador da comuna de Lucunga, Kiangani André Miguel, agradeceu o gesto do Acnur, realçando que os bens vão minimizar a carência da população e aconselhou os beneficiários no sentido de utilizarem com maior poupança.
O município do Bembe controla dois mil e 596 pessoas reassentadas nas duas comunas, Lucunga e Quimaria, e nas regedorias e aldeias.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Os mercados
Os comerciantes compravam os produtos indígenas, principalmente café, feijão e outras leguminosas.
Funcionava a troca directa, o comerciante quando pesava os produtos, emitia a famosa "Mukanda", o papelinho que o produtor utilizava para resgatar alguns bens na "quitanda" do comerciante.
Aconteceram muitas histórias nas protecções dos mercados, numa delas verifiquei que, os pesos da balança decimal, tinham chumbo nos buracos, fiquei indignado. Chamei a atenção para o facto, ao chefe do posto administrativo que, desvalorizou o assunto. Mais tarde, o comandante disse-me que, estávamos ali para dar protecção, não para nos imiscuirmos em assuntos administrativos...roubalheira.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Machado+Miko+Lopes
Já contámos a história da mina nas barbas do Lucunga em que, o condutor Machado numa atitude de incrível perspicácia e rapidez, desviou para o capim, o Honimog em que seguiam 9 companheiros.
Este grande FALCÃO voou para longe, pensamos que vive na Bélgica, esperamos revelo no próximo encontro.
O FALCÃO da direita, o Lopes, bom companheiro, deve viver em Cabo Verde, nunca mais tivemos notícias dele, esperamos que esteja bem.
sábado, 4 de dezembro de 2010
A nota do Fafe
Os 20 escudos (angolares) que podemos apreciar, em óptimo estado de conservação, são do Fafe. Uma das primeiras notas que recebeu em Angola e resolveu guardar.
A economia angolana, na época, era fechada, havia dificuldade na importação de certos bens, procurava-se estimular o desenvolvimento interno, levando à criação de industrias. Antes do 25 de Abril, criavam-se empresas para suprir a falta de certos bens, vivia-se em prosperidade. Após a independência, com a fuga dos colonos, tudo se alterou. A guerra civil, provocou o caos, a destruição do país. Agora, finalmente em paz, vive-se em franco desenvolvimento, todos esperam que a divisão da riqueza nacional seja, justa... o povo de Angola merece.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Malaquias-Firmino (Miko)-Ferreira
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
As mangueiras
A mangueira é uma árvore de grande porte, muito verde e bonita, capaz de gerar mangas, frutos grandes e saborosos.
No caminho das fazendas, era obrigatório uma paragem junto das mangueiras que ladeavam a picada. O pessoal da CART 3451, em cima das Berliet ou da Mercedes, apanhava as mangas e deliciava-se, comendo-as à navalha, por causa das fibras.
Este fruto tropical, era apreciado por quase todos, embora não o tivéssemos comido antes... agora, com o desenvolvimento dos transportes, a livre circulação de produtos, as mangas aparecem nos hipermercados e estão ao alcance de todos.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Últimas do Lucunga
As ligações por estrada entre os 16 municípios da província do Uíge estão cada vez mais facilitados
O Fafe com o "ajudante da enfermaria"
O jovem que acompanha o Fafe era um ajudante da enfermaria. As crianças do Lucunga passavam muito tempo junto da tropa, ajudavam, comiam, eram dóceis e amigos.
Chegou-nos a notícia de que há uma nova enfermaria no Lucunga, espero que também existam profissionais capazes de cuidar os doentes naquela terra, agora, mais habitada com os retornados do Congo.
Eram os feiticeiros que tradicionalmente cuidavam dos doentes, faziam-lhes tantas "patifarias" que acabavam com eles em pouco tempo. Recordo-me dum episódio na sanzala do Lucunga, em que o feiticeiro em 3 dias, matou o paciente.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Deputada Cidinha Campos
Era duma deputada como esta que os companheiros da CART 3451 e os portugueses em geral precisavam, capaz de desmascarar a cambada que nos governa...
domingo, 28 de novembro de 2010
O Miko mais o Cardoso
Grande dupla de enfermeiros, o Miko e o Cardoso, comodamente instalados a ler. O mobiliário, como se pode ver, é de qualidade, fabricado a partir de caixotes e pipas.
Naquela época, o serviço militar era obrigatório, ninguém reclamava, usava-se o engenho e arte para nos acomodarmos melhor. A sobrevivência era a palavra de ordem.
sábado, 27 de novembro de 2010
Alouette III
A tensão era enorme, as minas anti pessoais obrigavam-nos a andar sempre a corta mato, com a sensação maluca de andar com os pés às costas...
Apesar de todos os cuidados, as minas foram fazendo vítimas no pessoal do Batalhão, o pessoal da CART 3451 teve sorte, muita sorte, basta recordar o episódio do Ferreira que accionou um engenho e só rebentou o detonador, fantástica a estrelinha da Companhia.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
DO 27
Em Fevereiro de 1972, o meu amigo Alf.Pilav. Victor Manuel Caldeira Pinto, morreu na Guiné, ao despenhar-se, quando pilotava uma DO27. Quando nos despedimos, uns meses antes, ele disse-me, ainda bem que escapei aos tiros indo para a Força Aérea. Afinal, o meu bom amigo de infância Caldeirita, acabou perdendo a vida ingloriamente na Guiné...maldita guerra.
domingo, 21 de novembro de 2010
Os bananais
sábado, 20 de novembro de 2010
O Fafe à civil
Nesta foto, o Fafe andava à civil, pela sanzala da Lembôa, o que andaria ele a fazer naquelas paragens ?
Muito trabalho tivemos para o localizar, acabámos descobrindo a sua morada no Barreiro.
Os FALCÕES voaram para todos os lados.
O Álvaro Pacheco, "Fafe" é assim, apelidado por ser natural de Fafe. Na tropa, era um hábito, conhecer alguns companheiros pelo nome da sua terra.
Recordo o "Barcelos", um companheiro muito amigo, muito educado, sempre disponível, tinha um fraco pela bebida...dizia-me muitas vezes que bebia muito para esquecer, só bebendo aguentaria estar ali, naquela situação, no Lucunga. Infelizmente, este bom companheiro, já faleceu.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Os 747B da TAP
Este foi o 747B da TAP que me trouxe de férias a Portugal, em Agosto de 1972.
Com o fim das colónias, aviões desta envergadura, deixaram de fazer sentido na frota da transportadora aérea nacional.
O 747B era um avião enorme, transportava 398 passageiros e vinte e tal tripulantes, um verdadeiro gigante dos ares.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Miss Angola
domingo, 14 de novembro de 2010
O Fafe e o Ferreira
Mais uma foto do Fafe, desta vez acompanhado pelo Ferreira. O que será feito do Ferreira ? Nunca mais soubemos dele embora, tenha sido localizado e contactado através do convite para o ENCONTRO 2010, infelizmente, nada disse.
Há muitos companheiros com os quais perdemos o contacto, importa avisar toda a gente que a CART 3451 tem mobilização anual, por volta do 1º sábado do mês de Março.
sábado, 13 de novembro de 2010
O Sousa e o capim
Mais uma foto do Sousa, com o seu ar de menino de vinte e poucos anos.
Ao redor deste companheiro podemos ver o capim, a vegetação que envolvia o Lucunga. Na época das queimadas, ardia rapidamente, proporcionando espectáculos impressionantes.
No Lucunga, o capim era cortado com regularidade até ao arame farpado, quando começava a rebentar apareciam veados e afins a pastar... era bonito.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
As potentes máquinas da guerra
Os helicópteros visitavam o Lucunga regularmente por motivos diversos, patrulhavam a bacia do rio M'bridge utilizando forte aparato bélico, o heli-canhão. Também faziam evacuações e transportavam pessoal para operações.
As máquinas voadoras eram motivo de curiosidade de todos os companheiros, na foto, podemos ver entre outros o Russo, Matos, Fafe, Santos Silva.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Cabo Verde-Terra de companheiros
Muitos dos companheiros da CART 3451, eram oriundos de Cabo Verde, gente amiga e colaborante, alguns aparecem nos encontros anuais, Martins, Veiga, Cabral, da maior parte infelizmente, nada sabemos.
Recordo o Inácio, Capistrano, Cardoso, Silva, Lopes, Malaquias, Tavares, Ferreira pessoal do 4º GC.
Recentemente falei pelo telefone com o Félix, estava com o Sousa, vive em Cabo Verde, está bem, com a genica de sempre.
domingo, 7 de novembro de 2010
2º Encontro da C.Caç.106-Lucunga-Angola 1969/70
A 5 de Maio de 2007 realizou-se o 2º Encontro da C.Caç 106-Lucunga-Angola 1969/70 nas Caldas da Rainha.
Não há registo do 1º Encontro da C.Caç. 106 assim, este vídeo encerra o ciclo de vídeos dedicados à C.Caç. 106.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
3º Encontro da C.Caç.106-Lucunga-Angola 1969/70
3º Encontro do pessoal da C.Caç.106-Lucunga-Angola 1969/70, realizado em Carcavelos a 12 de Julho de 2008.
Mais um bom trabalho do Adelino Almeida, parabéns.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
4º Encontro da C.Caç.106-Lucunga-Angola 1969/70
Mais um vídeo da C.Caç.106, desta vez é do 4º Encontro, realizado na Anadia, em 24.09.2009.
O Lucunga sempre presente.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
C.Caç. 106 - Lucunga - Angola 1969/70
(com som)
Tocou a reunir, a C.Caç. 106 - Lucunga - Angola 1969/70, o evento decorreu no dia 30de Outubro pp, nas Caldas da Rainha, o autor do vídeo é o companheiro Adelino Almeida que merece parabéns pelo trabalho desenvolvido.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
O nosso blogue
(clicar na foto)
As visitas ao nosso blogue são animadoras, a contagem começou a meados de Março e estamos a chegar ao acesso 6.000.
Tenho pena que os companheiros não colaborem mais, vão aparecendo e isso já satisfaz. Recordo que o principal objectivo do blogue é que haja um ponto de contacto para todos que fizeram parte da CART 3451, para todos os FALCÕES do BART 3860 e para aqueles que um dia passaram pelo Lucunga, durante o período da guerra colonial.
sábado, 30 de outubro de 2010
As máquinas
Muita protecção fizemos às máquinas que abriram e melhoraram picadas na zona do Lucunga.
A foto foi tirada mais ou menos a meia distância entre a picada para as fazendas e o rio Coji.
Várias peripécias aconteceram nesta zona, foram dias incríveis de nostalgia, de revolta por estar ali... o sol escaldante, a falta de água...enfim, situações para esquecer.
Uma das histórias naquele sítio, passou-se com 5 ou 6 companheiros que pediram para ir à água, um deles era o Veiga.
Bem armados, lá foram...passou o dia, passou a noite, nunca mais apareciam, comecei a entrar em pânico, até que chegaram exaustos...tinham calculado mal a distância e a demora foi grande...apanhei um enorme susto mas, tudo acabou bem, coisas malucas, numa guerra sem sentido.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
O nosso ENCONTRO 2010
Na mesa em primeiro plano, temos o Soares, o Pexirra e o Ferreira. Na mesa do fundo, temos de costas, com camisola azul, o Comandante da CART 3451 Gil da Silva, ao seu lado direito estou eu.
A sala é o stand de vendas da AUTO JÚLIO, SA, empresa do nosso companheiro António Júlio Guedes de Sousa.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Jindungo
domingo, 24 de outubro de 2010
O jardim do Lucunga
O pessoal da CART 3451 melhorou muito as condições de vida no Lucunga. Promovemos segurança para que se fizessem picadas e se construísse a ponte sobre o rio Coji. Fizemos o abastecimento de água, construimos um depósito/torre de vigia, obra de elevada envergadura.
Além das grandes obras, a Companhia promoveu pequenas obras para melhorar o conforto da rapaziada, entre elas, fez um jardim em frente à messe.
A foto foi tirada nesse jardim, o mobiliário era cómodo, feito a partir de barris e caixotes, engenho e arte nunca faltou aos FALCÕES. Uma curiosidade, o livro que estou a ler, era da autoria de Mário Soares, na época exilado político de luxo, em Paris.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Escudo de Angola
A moeda corrente em Angola, era o Escudo de Angola, não transaccionável fora do país. Sempre que o pessoal precisava de outra moeda, nomeadamente do Escudo de Portugal, tinha de recorrer à candonga.
Em todo o lado se fazia a troca da moeda papel, a Baixa de Luanda era o local privilegiado para essas operações ilegais, a cotação variava em função de factores conjunturais, havia gente que se dedicava em exclusivo a essa actividade.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Carmona - Hotel Apolo
O centro da cidade de Carmona é familiar ao pessoal da CART 3451, quando lá passávamos comíamos no restaurante em frente ao Hotel Apolo ou numa casa de pasto, ao fundo da rua. Ainda hoje me recordo dum almoço na casa de pasto, num jardim das traseiras, muito agradável, comi umas sardinhas assadas de barrica com cebola picada que me deliciaram.
Quando passava uns dias em Carmona ou passava por lá, era no Hotel Apolo que ficava, na época uma boa unidade hoteleira, quando era possível passava umas tardes na piscina de Carmona, um sítio fresco, bonito e muito agradável.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Igreja da Damba
Certamente, o pessoal da CART 3451 lembra-se da igreja da Damba, ao seu redor havia e provavelmente ainda existem, campas de vítimas da guerra, algumas de militares portugueses.
Hoje em dia, a evangelização passou a ter sentido contrário, há vários padres angolanos, em Portugal, um deles é o padre Simão Vicente, natural do Uíge (Carmona) que tem a seu cargo a paróquia do Sebal, freguesia do concelho de Condeixa-a-Nova. É uma pessoa muito simpática com grande aceitação junto dos paroquianos e cumpre muito bem a sua missão.
sábado, 16 de outubro de 2010
Recordar é viver
Mais uma foto do Fafe, tirada no Lucunga, o cenário parece-me a horta, da esquerda para a direita, Cipriano (?), Firmino, Ferreira, Fafe e o Coelho, grandes amigos e companheiros.
O ENCONTRO 2011, em Tomar, será organizado pelo Ferreira, o companheiro do meio, nesta foto.
O Ferreira um homem de sorte, accionou uma mina anti-pessoal e só rebentou o detonador, a "estrelinha" da CART 3451 sempre a funcionar.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
O amendoim/jinguba
O amendoim/jinguba é outro produto importante na dieta alimentar dos habitantes do Lucunga, o povo kimaquende.
As potencialidades agrícolas na zona do Lucunga e Lembôa são enormes, o clima é propício, os solos são virgens e ricos, capazes de grandes produções sem utilização de fertilizantes, o povo necessita de incentivos recebendo apoios, meios de produção, formação e escoamento dos produtos, penso que o governo está providenciando.
Em Angola não pode haver fome, a terra é generosa, só precisa de ser trabalhada.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
O Sousa em Cabo Verde
Recebi hoje, uma chamada do nosso companheiro Guedes de Sousa, oriunda da Guiné-Bissau.
O Sousa irá amanhã para Cabo Verde, pretendia os contactos do nosso companheiro Félix que vive na cidade da Praia.
Espero que se reencontrem, matem saudades dos bons momentos vividos em conjunto, os amigos nunca se esquecem, daqui lhes envio um grande abraço.
Na foto, 4 companheiros confraternizam, da esquerda para a direita, temos o Cardoso, Félix, Nunes e o Sousa.
Monumento da C.Caç 1495
terça-feira, 12 de outubro de 2010
A Damba
domingo, 10 de outubro de 2010
Ração de combate
Comer dia após dia a ração de combate, era uma violência. O calor, o esforço físico, a tensão devido aos perigos da mata e do IN, a falta de água, tudo servia para nos tirar o apetite.
Um dia encontrei uma forma de minimizar o problema, encomendava uns frangos assados ao Moço, civil que entretanto se instalou no Lucunga, levava uns pães e umas garrafas de Dão Tinto "Terras Altas" e a mata suportava-se melhor.
O problema de sempre eram as noites passadas em claro, na mata nunca consegui dormir, ficava completamente arrasado fisicamente.
Na foto, recordo-me, estava a comer a ração de combate, à minha frente o Brás fazia o mesmo, a determinada altura, depois de comer, recostou-se, sentiu uma coisa passar-lhe por uma das mãos depois na outra, deu um salto assustado...era uma cobra.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Os políticos que temos
Os políticos do nosso país deviam ter o comportamento dos seus homólogos suecos, Portugal seria um país mais justo e próspero, os companheiros da CART 3451, viveriam melhor.
Acontece infelizmente, que os nossos políticos são oportunistas,sem escrúpulos, cheios de mordomias, distantes do povo...com gente desta, caminhamos para a ruína.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
C.Caç.106
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Burro de mato
A sua carne é pouco suculenta, embora saborosa, o pessoal reclamava sempre que o via no prato mas, nada a fazer, as alternativas eram poucas.
Houve até quem fizesse uns versos, fazendo chacota do bicho, aproveitando para protestar pela constante presença da sua carne no prato dos FALCÕES.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
U2-Live 360º Tour Coimbra 2010 HD
Grande show dos U2 em Coimbra. O Bono até BRIOSA cantou... o artilheiro da CART 3451 ficou muito contente.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
O jogo e as bebidas
sábado, 2 de outubro de 2010
Portugal virou anedota
(o resultado está à vista)
Se isto não fosse triste, dava vontade de rir.
Ora veja:
http://www.youtube.com/watch?v=BvFz1QWhLok&feature=player_embedded
Perdemos nós a juventude em prol de Portugal... agora, o país bate no fundo, gozado por esse mundo fora, uma vergonha.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Novas do Lucunga
Bembe - O administrador do município do Bembe, província do Uíge, José Bunga Alberto, disse hoje que a região tem registado avanços significativos no sector social e económico, no quadro do programa integrado de desenvolvimento e combate à pobreza.
Falando à Angop, José Bunga Alberto afirmou que o município ganhou em 2009 infra-estruturas sociais de raiz, como escolas primárias, I e II ciclos, postos, centros de saúde e residências para os funcionários, na sede e nas comunas de Lucunga e Quimaria, além de regedorias e aldeias de maior aglomeração populacional.
Apontou o fornecimento da água potável e energia eléctrica, através de um grupo gerador com capacidade de 380 kva, a reabilitação das estradas e do centro materno infantil, a instalação da rede operadora móvel Unitel na vila, como outras acções em curso.
José Bunga Alberto disse ainda que para o combate à fome e pobreza na circunscrição a população tem vindo a envidar esforços no fomento da produção agrícola, criando associações e cooperativas de camponeses, além de outras organizações familiares de agricultores.
"Existe muitos produtos alimentares já produzidos e que necessitam de escoamento, mas o mau estado das estradas terciárias e a falta de meios de transportes dificultam o processo, principalmente nas áreas de Wando Nsundi e Quimaria", explicou.
Para colmatar as dificuldades da população, acrescentou, o governo está a trabalhar na melhoria das estradas, lembrando que o aumento da produção agrícola numa região passa necessariamente pela reabilitação das vias de acesso e pela criação de mercados rurais.
O município do Bembe localiza-se a 135 quilómetros a Norte da cidade capital da província e possui duas comunas (Lucunga e Quimaria), 19 regedorias 118 aldeias.
Tem uma população estimada em 40 mil habitantes, que produzem mandioca, amendoim, banana, batata-doce e rena, cana-de-açúcar, laranja, abacaxi, feijão, milhos e horticulturas.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
A rainha Ginga
É imensa a fama da Rainha Ginga que viveu no centro de Angola na primeira metade do séc. XVII e ficou célebre, primeiro pela sua crueldade e imoralidade, e depois pela sua espectacular conversão à Fé Católica, em que tinha sido baptizada no início da idade adulta. Até há pouco tempo, porém, a sua fama só foi divulgada através de obras de ficção, faltando quase totalmente o estudo histórico da sua figura. Não admira assim que a Rainha Ginga se tenha transformado numa figura mitológica.
Dois mitos principais se formaram em torno da sua figura. O primeiro foi o da “santidade” da senhora, espécie de milagre propagado pelos missionários da altura, que apregoaram por todo o mundo a sua conversão de novo ao catolicismo. Um exame sumário dos acontecimentos revela logo que a “conversão” da Rainha teve em vista a aliança com os Portugueses, ajudada pelo apoio dos missionários que se encontravam na Matamba, os Capuchinhos italianos.
O segundo mito, mais recente, é o da figura patriótica, a Rainha querida do seu povo, que passou a vida lutando contra os colonizadores portugueses, defendendo a independência do seu povo. Também este mito não resiste a um estudo sumário. Ginga combateu os portugueses aproveitando-se da ferocidade dos aliados Jagas e possivelmente não era a Rainha querida dos seus súbditos que o mito representa. Nunca lhes deu boa vida, mas sobretudo sucessivas guerras com os portugueses e os aliados destes. Joseph A. Miller constatou em 1969 que a Rainha Ginga estava totalmente ausente das tradições orais da população actual das zonas onde viveu.
Entretanto, no séc. XX, foram publicitados textos que permitem conhecer a biografia e a personalidade dela com bastante detalhe.
É na Rua Rainha Ginga que podemos encontrar o nosso bom companheiro e amigo, Cardoso, um grande abraço para ele.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
A mandioca
Convém conhecer melhor a mandioca, a imagem mostra o famoso tubérculo.
O seu valor nutritivo é grande, o tubérculo foi introduzido em África para combater a fome, devido às suas características, passou a ser o alimento base do povo angolano.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Mais condução
Quando chegámos ao Lucunga recebemos um parque auto caquéctico, "burros de mato" decrépitos e GMCs da 2ª guerra mundial, inadequadas às picadas e perigosas para quem nelas viajava.
Recordo-me que numa coluna de volta à Lembôa, após o reabastecimento no Lucunga, a GMC não aguentou uma subida, como os travões não funcionaram , veio em correria louca de marcha atrás, até cair numa ravina. Foi uma sorte incrível, o pessoal saltou a tempo, ninguém se feriu... a "estrelinha" sempre com a 3451.
Na foto estou a conduzir um Jeep, na pista do Lucunga...provavelmente andava a treinar para fazer exame de condução, em Carmona.