A Companhia de Artilharia 3451, pertenceu ao Batalhão 3860, cumpriu comissão de serviço, durante a guerra colonial, no Lucunga, norte de Angola, entre 1971/1974.
sábado, 30 de janeiro de 2010
Maria - Lucunga
(clicar na foto)
Todos se lembram da Maria, habitante do Lucunga, tinha uma grande prole e uma forma peculiar de dar de mamar ao filho que transportava às costas.
O que terá sido desta gente depois da tropa portuguesa ter deixado o Lucunga ?
A guerra civil foi violentissima nesta zona, os meios bélicos utilizados foram devastadores, parece que só o depósito da água ficou de pé, casas, pontes, tudo foi destruído.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Fundadores do Prákistão
Jorge Isidoro e um colega de Coimbra-Fundadores do PRAKISTÃO
Eu estive no Lucunga desde Janeiro de 1966 a Abril de 1968.
Nunca mais contactei ninguém da minha Companhia.
Um abraço
Nunca mais contactei ninguém da minha Companhia.
Um abraço
Jorge Isidoro
_________________________________________________________
Recebi há algum tempo, um email do Jorge Isidoro, um dos fundadores do PRAKISTÃO, em 1966.
Vou dar-lhe notícia do nosso Blogue, espero que ele passe a ser um visitante assíduo e colaborante.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Traidores
ESTARÍAMOS A SER TRAÍDOS POR ALGUNS FAZENDEIROS ?
Ia-se realizar uma operação na Serra de Mucaba, e havia necessidade de montar um posto avançado de transmissões, porque as comunicações da Serra não chegavam ao Quartel em óptimas condições e vice-versa, por esse motivo fiquei instalado numa Fazenda com mais 6 ou 7 elementos (alguns eram os condutores dos unimogues) a fim de assegurar esta tarefa.
Ao anoitecer fomos convidados pelo encarregado da fazenda, para irmos dormir para dentro do armazém, (celeiro) que era para ele fechar o portão da cerca da casa da fazenda e soltar os cães, até aqui tudo bem, mas o pior é que ao fim de estarmos dentro do armazém ele fechava-nos a porta por fora, (estávamos encurralados não havia qualquer luz e era muito escuro).
Ao anoitecer da última noite, víamos ao longe no sopé da Serra de Mucaba, alguém a fazer sinais de luzes, e dizia-mos uns para os outros, filhos da p... estão a fazer sinais para quem ? o pessoal no meio da Serra à procura deles e eles aqui tão perto.
Nessa noite o encarregado da fazenda mandou-nos um pouco mais cedo para a cama ? passamos pelas brasas e sentimos que estavam a mandar areia ou terra para cima do telhado, no silêncio da noite, sem qualquer iluminação, o ruído era enorme e estávamos encurralados, o que há fazer ? G - 3 apontadas para a porta e janelas( quem nos estava a fazer aquilo era pessoal da fazenda).
Às tantas horas da manhã ouvimos um tractor a sair da fazenda,(não conseguíamos saber as horas era muito escuro) ninguém nos veio abrir a porta, muito mais tarde ouvimos o tractor a chegar, passado pouco tempo a porta foi-nos aberta, não comentámos o sucedido na fazenda.
Quando o pessoal regressou da operação e seguíamos nos unimogues para o Quartel, comentámos os factos ocorridos, e a resposta é imediata, junto ao rio havia rodados de tractor frescos e havia caído no chão sal e farinha.
Eu agora faço as seguintes perguntas :
1º Porque é que nos fechavam ? .
2º Os sinais do sopé da Serra para quem eram dirigidos ?
3º Na última noite porque é que fomos mais cedo para a cama ?
4º Quando saiu o tractor , porque é que não nos abriu a porta ?
5º Quem é que os foi fornecer de mantimentos ?
Gostaria que as minhas dúvidas fossem comentadas.
João Celestino
sábado, 23 de janeiro de 2010
CONVÍVIO 2010
Ontem, 22 de Janeiro, encontrei-me com o António Júlio Guedes de Sousa, o "Sousa das transmissões", grande amigo e camarada. O objectivo principal do encontro, foi a preparação do próximo CONVÍVIO da Companhia. Os pormenores do evento que promete, serão dados oportunamente.
Vamos procurar avisar todos, é importante manter os laços de amizade que fizeram dos FALCÕES da CART 3451, uma Companhia exemplar.
Visitei com o Sousa algumas das suas empresas, em Pombal, Leiria, Caldas da Rainha, fiquei encantado com o seu sucesso empresarial, tenho de expressar também aqui, o meu contentamento pelo êxito deste nosso camarada, parabéns Sousa, és um vencedor.
Logo que haja novidades ácerca do CONVÍVIO, as mesmas serão dadas aqui no nosso blogue.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Alberto Brito Cardoso-Angola 2010
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Nogueira Baptista-CART 3450
Prefácio à 2ª Edição
Ao avançarmos para a 2ª edição, agora por intermédio da VOXGO, uma editora motivada pelo firme propósito de servir a cultura portuguesa, quero aproveitar a oportunidade para explicitar alguns aspectos que, certamente, ajudarão a compreender o texto, agora revisto.
A obra abre com o capítulo “Guerrilha e Descolonização” que pretende ser um ensaio e uma síntese distanciada, de sentido histórico, tomando como ponto de partida um excerto das “Memórias de Guerra” de um dos maiores vultos que a História politico-militar referenciou – Napoleão. Como ponto de chegada, e como consequência da guerra de guerrilha, são focadas as vicissitudes da descolonização, um cortejo imenso de desgraças que a ganância de alguns sobrepôs ao interesse de milhares. A percepção do que se passou, durante as campanhas militares, poderá ser melhor assimilado, e sê-lo-á, se tivermos presente os contextos anteriores e posteriores ao relato da acção.
A narrativa decorre desde a formação do Batalhão, mobilizado para defender a paz, a ordem e a soberania portuguesa no Norte de Angola, até à desmobilização na vizinhança do 25 de Abril e da implosão do império, tendo como elemento-guia as cartas que o autor escreveu à namorada. Nessas missivas perpassam todo o tipo de interrogações e conjecturas politico-militares, económicas, cientificas, filosóficas, morais, religiosas, etc., que fazem com que este livro seja um texto de pensamento livre, lindo, diversificado e emocionante, próprio da faixa etária dum estudante miliciano.
Tratando-se duma incursão ao interior do teatro de operações da contra-guerrilha duma Companhia operacional, através da qual são condensados os principais aspectos do pensamento e da acção por quem os viveu, é uma contribuição para a História da descolonização em Angola, que o autor denominou de “guerra da integridade”.
O ego de superioridade, raiando arrogância, é a estrela que se liberta da estrutura da História de heróis e de santos com que nos mitificaram os antepassados. E, pelas loas de Camões às aventuras do povo Lusíada, “a quem Neptuno e Marte obedeceram” – Cesse tudo o que a antiga musa canta, que outro valor mais alto se alevanta. O autor assume-se como herdeiro desse legado histórico, ao qual convergimos em obrigação e convicção de dar sequência, numa visão lúcida e realista da conjuntura envolvente e do final que se avizinha.
A capa agrega elementos do teatro de operações: o autor durante uma operação de contra-guerrilha, o emblema do batalhão “Falcões”, o mapa da extensa zona operacional e o quartel de Chimacongo - porta-aviões - construído com o esforço de quantos ali, desde 1961 a 1974, honraram o nome de Portugal.
O título “Contagem Decrescente” tem lugar a partir do texto e da prática da contagem dos dias para o termo da duração da campanha militar. Acontece ter um significado mais amplo, considerando que esta contagem decrescente também o foi para a derrube do Governo do Estado Novo e para o último capitulo da desagregação do império português.
Para o mais de meio milhão de heróis e concidadãos que viveram esta experiência da “Contagem Decrescente”, integrando todos, sem qualquer distinção, os que serviram sob a bandeira de Portugal, aqui fica a minha homenagem:
Quem fez a guerra, fica para sempre com a guerra dentro de si.
A recordação desse percurso físico e mental é feita no sentido da busca duma nova visão. Não se volta ao inferno para ser castigado, mas para safar o que puder ser salvo. É um ponto de encontro!
Boa leitura. Até sempre. Um grande abraço.
NOGUEIRA BAPTISTA
A obra abre com o capítulo “Guerrilha e Descolonização” que pretende ser um ensaio e uma síntese distanciada, de sentido histórico, tomando como ponto de partida um excerto das “Memórias de Guerra” de um dos maiores vultos que a História politico-militar referenciou – Napoleão. Como ponto de chegada, e como consequência da guerra de guerrilha, são focadas as vicissitudes da descolonização, um cortejo imenso de desgraças que a ganância de alguns sobrepôs ao interesse de milhares. A percepção do que se passou, durante as campanhas militares, poderá ser melhor assimilado, e sê-lo-á, se tivermos presente os contextos anteriores e posteriores ao relato da acção.
A narrativa decorre desde a formação do Batalhão, mobilizado para defender a paz, a ordem e a soberania portuguesa no Norte de Angola, até à desmobilização na vizinhança do 25 de Abril e da implosão do império, tendo como elemento-guia as cartas que o autor escreveu à namorada. Nessas missivas perpassam todo o tipo de interrogações e conjecturas politico-militares, económicas, cientificas, filosóficas, morais, religiosas, etc., que fazem com que este livro seja um texto de pensamento livre, lindo, diversificado e emocionante, próprio da faixa etária dum estudante miliciano.
Tratando-se duma incursão ao interior do teatro de operações da contra-guerrilha duma Companhia operacional, através da qual são condensados os principais aspectos do pensamento e da acção por quem os viveu, é uma contribuição para a História da descolonização em Angola, que o autor denominou de “guerra da integridade”.
O ego de superioridade, raiando arrogância, é a estrela que se liberta da estrutura da História de heróis e de santos com que nos mitificaram os antepassados. E, pelas loas de Camões às aventuras do povo Lusíada, “a quem Neptuno e Marte obedeceram” – Cesse tudo o que a antiga musa canta, que outro valor mais alto se alevanta. O autor assume-se como herdeiro desse legado histórico, ao qual convergimos em obrigação e convicção de dar sequência, numa visão lúcida e realista da conjuntura envolvente e do final que se avizinha.
A capa agrega elementos do teatro de operações: o autor durante uma operação de contra-guerrilha, o emblema do batalhão “Falcões”, o mapa da extensa zona operacional e o quartel de Chimacongo - porta-aviões - construído com o esforço de quantos ali, desde 1961 a 1974, honraram o nome de Portugal.
O título “Contagem Decrescente” tem lugar a partir do texto e da prática da contagem dos dias para o termo da duração da campanha militar. Acontece ter um significado mais amplo, considerando que esta contagem decrescente também o foi para a derrube do Governo do Estado Novo e para o último capitulo da desagregação do império português.
Para o mais de meio milhão de heróis e concidadãos que viveram esta experiência da “Contagem Decrescente”, integrando todos, sem qualquer distinção, os que serviram sob a bandeira de Portugal, aqui fica a minha homenagem:
Quem fez a guerra, fica para sempre com a guerra dentro de si.
A recordação desse percurso físico e mental é feita no sentido da busca duma nova visão. Não se volta ao inferno para ser castigado, mas para safar o que puder ser salvo. É um ponto de encontro!
Boa leitura. Até sempre. Um grande abraço.
NOGUEIRA BAPTISTA
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
HOMENAGEM DOS " FALCÕES "
HOMENAGEM DOS " FALCÕES "
DA CART. 3452- MUCABA AO
ALFERES, CARLOS ALBERTO M. MILHEIRO
NO INFERNO DA SERRA DE MUCABA E
OS HORRORES DAS MINAS ANTI-PESSOAIS
No dia 2 de Fevereiro de 1972, o Comandante da Cart.3452 e o 1º e 3º Grupos de Combate este Comandado pelo Alferes Milheiro, progrediam por um trilho (em meia lua) em plena Serra de Mucaba, e cerca das 16H00 começaram a cair as primeiras pingas de chuva e o Alf. Milheiro atrasou-se um pouco para vestir o ponche (capa da chuva militar) , ouve-se uma violenta explosão, o Alf. Milheiro talvês por descuido ? ou falta de atenção, em vez de seguir o trilho em (meia lua) conforme os primeiros, o mesmo foi a direito dando a origem a ter pisado uma mina anti-pessoal, ficando sem a sua perna, o enfermeiro de imediato fez-lhe logo um garrote e medicou-o, o de trânsmissões pede a sua evacuação por helicóptero fornecendo as suas coordenadas, começa o INFERNO NA SERRA DE MUCABA, começa a chover torrencialmente, não existe nenhuma maca para o seu transporte, improvisa-se uma feita de paus, e ainda falta atravessar o rio BITE BITE que levava bastante água e a corrente era fortissima, manda-se uma corda para a outra margem do rio para ajudar o pessoal a atravessá-lo, a água dá pelo pescoço aos nossos camaradas de armas, todos molhados começam a sentir os primeiros arrepios de frio, a Base Aérea de Negage informa que devido às más condições atmosféricas não é possível fazer a evacuação por helio, e o inivitável aconteceu, à que continuar com o sofrimento e caminhar até à picada a fim de ser transportado para uma coluna Militar terreste para Mucaba.
TODOS OS NOSSOS COMPANHEIROS QUE SE ENCONTRAVAM NESTA OPERAÇÃO, FORAM E SEMPRE SERÃO LEMBRADOS COMO OS BRAVOS E SEMPRE LEAIS DA CART 3452 DE MUCABA.
A narração destes acontecimentos, foram-me descritos pelo 1º Cabo Joaquim Ribeiro Fernandes, que naquele trágico dia seguia à frente do Falecido Alf. Milheiro, ele ainda hoje tem na sua mente o estrondo da violenta explosão da mina anti-pessoal.
Um abraço para todos os FALCÕES do Bart 3860, Cart 3450, 3451 e 3452.
E um bem haja ao Luís Cabral por nos ter dado esta oportunidade de podermos homenagear o Alf. Milheiro por intermédio do seu Blog
Joao Nogueira Celestino.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
A guerra começou no Lucunga
...
A preparação para a revolta protagonizada pela União das Populações de Angola (UPA) começou nove meses antes do 15 de Março de 1961, data em que rebenta a guerra colonial. Os activistas da UPA tinham em Lucunga (junto da fronteira do ex-Congo belga) o seu “santuário”. Ao longo dos nove meses de preparação, os activistas da UPA montaram um plano para recolherem dinheiro para a sua causa, usando a Igreja para a recolha do mesmo. Contavam ainda com o apoio do corpo expedicionário tunisino, que através dos Kapussete fornecia armas aos guerrilheiros, e desenvolveram uma linguagem em código utilizada só entre eles.
Porém Portugal duvidava que algum angolano fosse capaz de apontar uma arma ao colono branco (apesar dos muitos sinais), acreditando antes que se tratava duma ofensiva estrangeira contra a presença portuguesa em África.
A 4 de Fevereiro de 1961 é iniciada uma rebelião por outro grupo independentista angolano, o MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola) em Luanda. Mas seria numa operação mais organizada que o terror eclodiria efectivamente em Angola.
...
In "Ervilha efervescente"
A preparação para a revolta protagonizada pela União das Populações de Angola (UPA) começou nove meses antes do 15 de Março de 1961, data em que rebenta a guerra colonial. Os activistas da UPA tinham em Lucunga (junto da fronteira do ex-Congo belga) o seu “santuário”. Ao longo dos nove meses de preparação, os activistas da UPA montaram um plano para recolherem dinheiro para a sua causa, usando a Igreja para a recolha do mesmo. Contavam ainda com o apoio do corpo expedicionário tunisino, que através dos Kapussete fornecia armas aos guerrilheiros, e desenvolveram uma linguagem em código utilizada só entre eles.
Porém Portugal duvidava que algum angolano fosse capaz de apontar uma arma ao colono branco (apesar dos muitos sinais), acreditando antes que se tratava duma ofensiva estrangeira contra a presença portuguesa em África.
A 4 de Fevereiro de 1961 é iniciada uma rebelião por outro grupo independentista angolano, o MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola) em Luanda. Mas seria numa operação mais organizada que o terror eclodiria efectivamente em Angola.
...
In "Ervilha efervescente"
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Nogueira Baptista - CART 3450 - Chimacongo
1105
René Pélissier Análise Social, vol. XLII (185), 2007, 11051123 Soldados, gorilas, diplomatas e outros literatos
"Transcrição da breve sintese sobre o livro CONTAGEM DECRESCENTE no artigo do historiador francês, onde sistematiza algumas fontes bibligráficas para a construção da história recente dos Paises Africanos de Lingua Oficial Portuguesa."
Um livro mais complexo, pois reflecte os estados de alma de um antigo
suboficial de telecomunicações destacado em Angola, num posto na picada
entre Lucunga e Damba, no Uíge, de Dezembro de 1971 a Fevereiro de
1974, é-nos dado pelo autor, que ilustra as suas memórias introspectivas
com extractos das cartas que escreveu à sua noiva. A particularidade do
texto está no facto de Nogueira Baptista se encontrar numa companhia de
artilharia composta, em parte, por cabo-verdianos. Anti-salazarista, acredita,
no entanto, que os africanos eram portugueses e defende o império, apesar
de saber que a guerra estava perdida, pois escutava, obviamente, as rádios
estrangeiras. Tendo participado numa operação contra a UPA/FNLA na serra
da Mucaba, mostra-se igualmente desdenhoso em relação aos colonos que
querem a independência.
__________________________
Uma referência a um Falcão da 3450, o Nogueira Baptista. É sempre agradável encontrar camaradas, vou enviar-lhe um email a dar conhecimento do blogue da 3451.
René Pélissier Análise Social, vol. XLII (185), 2007, 11051123 Soldados, gorilas, diplomatas e outros literatos
"Transcrição da breve sintese sobre o livro CONTAGEM DECRESCENTE no artigo do historiador francês, onde sistematiza algumas fontes bibligráficas para a construção da história recente dos Paises Africanos de Lingua Oficial Portuguesa."
Um livro mais complexo, pois reflecte os estados de alma de um antigo
suboficial de telecomunicações destacado em Angola, num posto na picada
entre Lucunga e Damba, no Uíge, de Dezembro de 1971 a Fevereiro de
1974, é-nos dado pelo autor, que ilustra as suas memórias introspectivas
com extractos das cartas que escreveu à sua noiva. A particularidade do
texto está no facto de Nogueira Baptista se encontrar numa companhia de
artilharia composta, em parte, por cabo-verdianos. Anti-salazarista, acredita,
no entanto, que os africanos eram portugueses e defende o império, apesar
de saber que a guerra estava perdida, pois escutava, obviamente, as rádios
estrangeiras. Tendo participado numa operação contra a UPA/FNLA na serra
da Mucaba, mostra-se igualmente desdenhoso em relação aos colonos que
querem a independência.
__________________________
Uma referência a um Falcão da 3450, o Nogueira Baptista. É sempre agradável encontrar camaradas, vou enviar-lhe um email a dar conhecimento do blogue da 3451.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Alberto Cardoso
Amigo Luis Cabral:já tive conhecimento do blogue da 3451,mas infelismente ainda não consegui entrar,porque com o C.A.N a decorrer é muito dificil navegarmos na internet,mesmo numa situação normal é complicado,porque as operadoras foncionão muito mal.bom! mas o importante é que já está criado,e assim podemos contactar com outros camaradas.´um grande abraço.Alberto Cardoso
_____________________________
Caro Cardoso
Espero que apareças muitas vezes e alimentes o blogue com notícias frescas de Angola.
A história que envias, é de arrepiar, acredito que o alarme funcione. Não posso publicá-la porque a foto não permite cópia.
Grande abraço.
Luís Cabral
_____________________________
Caro Cardoso
Espero que apareças muitas vezes e alimentes o blogue com notícias frescas de Angola.
A história que envias, é de arrepiar, acredito que o alarme funcione. Não posso publicá-la porque a foto não permite cópia.
Grande abraço.
Luís Cabral
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Parada em Viana do Castelo rumo Angola
(clicar na foto)
Foi em Viana que fizemos o IAO, no dia da saída houve missa na Igreja Matriz, cerimónia na Praça da República, parada militar na Avenida, sempre com o acompanhamento duma multidão de pessoas que acarinhava os militares.
Viana do Castelo ficou no coração de todos, a tropa era mimada com manifestações de carinho, com ofertas de lanches, garrafões de vinho e de sidra, cabazes de sardinha, uma maravilha.
Quando fazíamos exercícios de campo para os lados da Miadela, o pessoal ia desaparecendo porque ao passar pelas casas, era arrebatado para comer uma bucha, gente duma generosidade indescritível.
O saudoso Matos, rico amigo e camarada era de Viana, vê-se na 2ª fila da frente, homem da maior qualidade, à frente do lado direito, sou eu. É possível ver ainda na frente, do lado esquerdo o Cardoso, na 1ª fila o grande Pintufo, o Brás, o Lopes entre outros, tudo malta fixe.
Sempre que posso visito Viana, a cidade contínua linda, cresceu imenso, as pessoas sempre afáveis e simpáticas.
Foi em Viana que fizemos o IAO, no dia da saída houve missa na Igreja Matriz, cerimónia na Praça da República, parada militar na Avenida, sempre com o acompanhamento duma multidão de pessoas que acarinhava os militares.
Viana do Castelo ficou no coração de todos, a tropa era mimada com manifestações de carinho, com ofertas de lanches, garrafões de vinho e de sidra, cabazes de sardinha, uma maravilha.
Quando fazíamos exercícios de campo para os lados da Miadela, o pessoal ia desaparecendo porque ao passar pelas casas, era arrebatado para comer uma bucha, gente duma generosidade indescritível.
O saudoso Matos, rico amigo e camarada era de Viana, vê-se na 2ª fila da frente, homem da maior qualidade, à frente do lado direito, sou eu. É possível ver ainda na frente, do lado esquerdo o Cardoso, na 1ª fila o grande Pintufo, o Brás, o Lopes entre outros, tudo malta fixe.
Sempre que posso visito Viana, a cidade contínua linda, cresceu imenso, as pessoas sempre afáveis e simpáticas.
Ponto de encontro
Nunes CAR 3451 1º CABO RADIOT
Luis !
O que nos uniu em 27 meses Jamais nos separá
Fomos e seremos sempre: GRANDES AMIGOS
GRANDE ESPIRITO DE CAMARADAGEM
GRANDES COMPANHEIROS
GRANDES DE ALMA E CARAÇÃO
OS INSEPARÀVEIS SEMPRE PRONTOS CART-3451
Luis !
O que nos uniu em 27 meses Jamais nos separá
Fomos e seremos sempre: GRANDES AMIGOS
GRANDE ESPIRITO DE CAMARADAGEM
GRANDES COMPANHEIROS
GRANDES DE ALMA E CARAÇÃO
OS INSEPARÀVEIS SEMPRE PRONTOS CART-3451
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Caro Nunes
Fico contente por teres aparecido, espero a tua colaboração, com fotos, textos o que quiseres.
Na próxima 4ª feira, irei almoçar com o Sousa, vamos falar ácerca do próximo encontro. Darei conta do que ficar combinado aqui no blogue.
Aquele abraço.
Luís Cabral
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
C.Caç.106-Lucunga-1969/70
Amigo Luis Cabral:Com os melhores cumprimentos, venho informá-lo que a direcção do vosso Blog já está publicada no da c.caç 106. Mais informo que pode usar o que quer que seja do nosso. Está ao vosso inteiro dispor.Parabens pelo Blog e felicidades.Aquele abraçoC.Cac.106-Lucunga 1969/70http://www.ccac106-lucunga-196970.blogspot.com/
Jardim Escola João de Deus - Coimbra 1954
(clicar na foto)
Ident. dos meninos: 1ª fila, em cima, da esquerda para a direita-Luís Cabral-Luisa Miranda-Elisa Serra-Francisco José Rocha-Ana Maria Guerra Pinto
2ª fila-Carlos Freire-Alvaro Monteiro-Rogério Leal-Jorge Castilho-António Branco-Fernando Quaresma- José Augusto Rodrigues
3ª fila-Carlos Antunes-Joaquim Roque-Graça Frias-António José Roxo- Maria Alexandra Lalanda
Não resisto em publicar esta foto, há dias, andava navegando na blogosfera, ao passar pelo "Cavalo Selvagem" encontrei esta preciosidade, a minha turma do Jardim Escola João de Deus.
Fiquei muito contente, hoje em dia a comunicação é fácil, estamos todos em todo lado .
Às vezes cruzo-me com alguns destes antigos companheiros, uns vivem em Coimbra outros fora, Lisboa, Braga, uns são professores Universitários, outros médicos, um é jornalista, provavelmente já reformados, o tempo é implacável.
O artilheiro da CART 3451, é o 1º da fila de cima, a foto foi tirada no dia da inauguração do relógio de sol, ainda hoje se encontra na frente do edifício, muito bem tratado.
Íamos para a escola e vínhamos, uns de carro eléctrico outros de troley devidamente enquadrados por uma funcionária, era o máximo. Hoje, são os pais que levam as suas crianças de automóvel, os tempos mudaram, agora não se opta pelo transporte público, isso é errado.
As recordações do Jardim Escola foram tão boas que a escolhi para escola do meu filho, ele também gostou. A disciplina e o ensino continuam a ser de óptima qualidade.
Ident. dos meninos: 1ª fila, em cima, da esquerda para a direita-Luís Cabral-Luisa Miranda-Elisa Serra-Francisco José Rocha-Ana Maria Guerra Pinto
2ª fila-Carlos Freire-Alvaro Monteiro-Rogério Leal-Jorge Castilho-António Branco-Fernando Quaresma- José Augusto Rodrigues
3ª fila-Carlos Antunes-Joaquim Roque-Graça Frias-António José Roxo- Maria Alexandra Lalanda
Não resisto em publicar esta foto, há dias, andava navegando na blogosfera, ao passar pelo "Cavalo Selvagem" encontrei esta preciosidade, a minha turma do Jardim Escola João de Deus.
Fiquei muito contente, hoje em dia a comunicação é fácil, estamos todos em todo lado .
Às vezes cruzo-me com alguns destes antigos companheiros, uns vivem em Coimbra outros fora, Lisboa, Braga, uns são professores Universitários, outros médicos, um é jornalista, provavelmente já reformados, o tempo é implacável.
O artilheiro da CART 3451, é o 1º da fila de cima, a foto foi tirada no dia da inauguração do relógio de sol, ainda hoje se encontra na frente do edifício, muito bem tratado.
Íamos para a escola e vínhamos, uns de carro eléctrico outros de troley devidamente enquadrados por uma funcionária, era o máximo. Hoje, são os pais que levam as suas crianças de automóvel, os tempos mudaram, agora não se opta pelo transporte público, isso é errado.
As recordações do Jardim Escola foram tão boas que a escolhi para escola do meu filho, ele também gostou. A disciplina e o ensino continuam a ser de óptima qualidade.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Veteranos da C.Caç. 1101/70
Caro Amigo
Tomei a iniciativa de colocar no nosso Blog a transcrição integral da sua comunicação e claro que é com todo o gosto que deve indicar no seu o nosso blog, podendo desde já utilizar tudo o que desejar do mesmo para o seu.
Pelas contas que fiz deduzo que deve ter ido para o Lucunga no 2º semestre de 1971, mais ou menos na altura em que a C.Caç. 1101 deixou aqueles terras do Bembe e Lucunga (onde tinhamos 1 pelotão) e fomos para o Zenza do Itombe.
Na altura esse nosso pelotão ia reforçar a C.Caç 2612 do B.Caç. 2891 da Damba.
Se tiver nº fixo agradeço que mo indique para lhe poder telefonar e trocarmos algumas informações.
Aquele abraço do Santos Rita
Tomei a iniciativa de colocar no nosso Blog a transcrição integral da sua comunicação e claro que é com todo o gosto que deve indicar no seu o nosso blog, podendo desde já utilizar tudo o que desejar do mesmo para o seu.
Pelas contas que fiz deduzo que deve ter ido para o Lucunga no 2º semestre de 1971, mais ou menos na altura em que a C.Caç. 1101 deixou aqueles terras do Bembe e Lucunga (onde tinhamos 1 pelotão) e fomos para o Zenza do Itombe.
Na altura esse nosso pelotão ia reforçar a C.Caç 2612 do B.Caç. 2891 da Damba.
Se tiver nº fixo agradeço que mo indique para lhe poder telefonar e trocarmos algumas informações.
Aquele abraço do Santos Rita
sábado, 9 de janeiro de 2010
Notícias do Lucunga / Bembe
Sobas pedem mais Margarida Lopes está satisfeita com o seu dia-a-dia, mas os sobas do município do Bembe pedem muito mais. Dizem que é preciso investir cada vez mais nas obras de impacto social para o bem-estar das populações, que viram o seu município completamente destruído durante o conflito armado. Numa mensagem lida durante a realização do acto provincial do 17 de Setembro, Dia do Herói Nacional, que decorreu na vila do Bembe, os sobas pediram ao Governo a construção de um hospital e pequenas unidades sanitárias na comuna do Lucunga e na área do Vale de Loge, um verdadeiro celeiro da região. Os sobas pediram também a construção de uma maternidade e de um centro materno infantil na vila do Bembe. Também pedem mais médicos e enfermeiros.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Lucunga
Chegados a Luanda, viajámos para o norte, no MVL, através dos Dembos. Passámos na Damba onde ficou o meu grupo de reforço à CSS, o resto dos camaradas contínuaram para o Lucunga. Algumas semanas depois, fomos para o Lucunga, a tempo de passar o 1º dos 3 Natais em terras africanas.
O Lucunga era uma terra fantasma, o capim quase tapava as casas, era um sítio desolador. Pensar que teríamos de ficar ali muito tempo, era terrível, ver os nossos vinte e tal anos esgotados naquilo, dava vontade de chorar, algumas vezes chorei.
Agora, o tempo voa, na época, o tempo teimava em passar mas passou, agora cá estamos para contar algumas coisas, como tudo aconteceu.
A fotografia mostra o monumento deixado pela CART 3451, no Lucunga.
O Lucunga era uma terra fantasma, o capim quase tapava as casas, era um sítio desolador. Pensar que teríamos de ficar ali muito tempo, era terrível, ver os nossos vinte e tal anos esgotados naquilo, dava vontade de chorar, algumas vezes chorei.
Agora, o tempo voa, na época, o tempo teimava em passar mas passou, agora cá estamos para contar algumas coisas, como tudo aconteceu.
A fotografia mostra o monumento deixado pela CART 3451, no Lucunga.
Angola
Um dia, em 1971, quando nada o fazia prever, fui chamado ao Comando do GACA 3, em Espinho.
Fui informado que tinha sido mobilizado para Angola, fiquei em pânico, não me passava pela cabeça tal situação. Nesse dia à tarde apareceu no quartel, um colega que estava em Gaia, no RAP 2, a convidar-me para fugir, ele tinha os meios, não fui capaz, a fuga seria o afastamento da família.
Então, a 17 de Novembro lá fui eu, os 2 anos de tropa não me safaram, era o que tinha mais tempo de tropa de todos os milicianos mas, aguentei-me. Comigo, a guerra não iria acabar, o objectivo era voltar.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
CAN
Quem gosta de futebol e de Angola, tem a oportunidade de ver o CAN através da Eurosport, entre 10 e 31 de Janeiro. As notícias do campeonato podem ser lidas no site
http://www.can-angola2010.com/Noticias/
http://www.can-angola2010.com/Noticias/
Nascimento do Blogue da CART 3451
Nasceu o blogue da CART 3451, uma Companhia militar que esteve 29 meses destacada no Lucunga, Angola, durante a guerra colonial. O objectivo é promover o encontro dos elementos da Companhia, ajudar a cimentar a amizade entre todos.
Pretende-se também que este sítio, seja o Ponto de Encontro de todos os FALCÕES, elementos do BART 3860 e de todos aqueles que, um dia, passaram pelo Lucunga durante a guerra colonial.
Pretende-se também que este sítio, seja o Ponto de Encontro de todos os FALCÕES, elementos do BART 3860 e de todos aqueles que, um dia, passaram pelo Lucunga durante a guerra colonial.
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