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sexta-feira, 27 de abril de 2012

quarta-feira, 25 de abril de 2012

ENCONTRO 2012-Foto 28

Monumento de homenagem aos combatentes da guerra colonial, em Paredes. Na foto, o nosso companheiro António Poças, agraciado com o prémio governador geral de Angola.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

ENCONTRO 2012-Fotos 26 e 27


Recepção de boas vindas na "CASA DA MÚSICA DE PAREDES", na mesa, além do anfitrião, estavam os nossos companheiros Ribeiro, Mota e Nogueira, organizadores do ENCONTRO 2012.


O anfitrião, Senhor Francisco Augusto Ferreira, Presidente da Junta de Freguesia de Castelões de Cepeda-Paredes, disponibiliza gentilmente, o autocarro para transportar os companheiros, aos encontros anuais, atitude digna de realce, numa época em que os ex-combatentes, são esquecidos, mesmo maltratados pelo poder constituído.

sábado, 21 de abril de 2012

ENCONTRO 2012-Fotos 24 e 25


Mais fotos, entre os companheiros podemos ver o "Reco", o Ferreira e o Poças. Finalmente, o "Reco" apareceu, embora não sendo um elemento da CART 3451, é como se fosse já que, passou a maior parte do tempo connosco.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

ENCONTRO 2012-Fotos 22 e 23


Mais 2 fotos, em cima, um grupo de companheiros, na de baixo, o Mota orienta o pessoal para fazer cumprir o programa do ENCONTRO 2012.

terça-feira, 17 de abril de 2012

domingo, 15 de abril de 2012

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Beka a caminho do Lucunga


Recebi do companheiro Alberto Cardoso (Beka) mensagem com fotos. As mesmas irão ser publicadas intercaladas com as do nosso ENCONTRO 2012. Ficamos na expectativa que a viagem ao Lucunga se concretize.


Meus queridos amigos,
É com muita consternação,que lhes digo que fiquei muito triste,1ª porque não consegui chegar ao Lucunga,a estrada onde nós andámos a fazer protecção,chegou até ao Songo,aquela vila que nós passava-mos a caminho de Carmona,mas nunca mais foi mexida,e como devem de calcular,depois de 38 anos,esta completamente destruída,eu ainda tentei andar uns quilómetros,mas quando estava a 30 de chegar ao Lucunga,tive que voltar,as ravinas eram tantas que cheguei a temer que não saia de lá,e ainda com o problema de ter as miúdas comigo.
é claro que se consegue chegar lá´,mas tem que ser na altura do cacimbo,e agora é tempo de chuva,mas prometo,que na próxima oportunidade lá irei,e se possível com outros carros para poder ter apoio,de qualquer maneira,mando-vos umas fotos,que certamente vão gostar.
A 1ª é na av. principal de Carmona,onde fica o grande hotel do Uíge,a 2º,e 3ºsão a rua do comercio,que era onde normalmente nós parava-mos quando la íamos,e onde o Fafe,e outros camaradas estiveram de ferias,a 4ªé o hotel Apolo,que esta completamente abandonado desde a independência.
Já agora para os camaradas que estiveram na Mucaba,a estrada para lá esta muito melhor,fica a 76 quilometro de Carmona,e só não foi lá porque como perdi muito tempo para tentar chegar ao Lucunga,já não deu,mas prometo que da próxima vou tentar chegar lá,e assim dar noticias a quem por lá andou,

OBS seguem mais fotos.
  

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Depoimento do Poças-4ª parte

(Cont...) Mas a sorte bafejou a minha parte, isto aconteceu assim, o Melo e o Torres chamei-os porque eles estavam muito longe e o Nogueira e o Teixeira ainda mais longe, uns 15 metros quando o turra estava caído no riacho, chamei a minha esquadra para o revistarem de onde apanhámos 1 arma, 2 facas, 1 catana, 2 blusões e 70 e tal munições depois, é que foi o bonito, quando tentámos pegar no turra, ele não era muito pesado, se pesasse 55/60 kgs era o máximo, ficou com o braço direito um pouco levantado. Estávamos retirados uns 30 metros do acampamento, escorreguei e aleijei-me na mão direita, quando cheguei ao pé do nosso capitão disse-lhe, matei um turra, a malta disse logo que era mentira, foi preciso todos da minha secção dizer que era verdade.
O capitão mandou, é preciso trazê-lo para aqui, eu estava aleijado da mão direita, cansado e muito nervoso, o capitão virou-se para o 1º cabo Marques, pega na tua secção e vai buscá-lo, o Marques disse qualquer coisa ao capitão, que o cabo Poças não entendeu. A vontade do Marques, não era nenhuma, então, eu, Poças disse, esteja descansado, eu e a minha secção, vamos buscá-lo, assim aconteceu.
No outro dia trouxemos o morto para o acampamento, todo destruído, onde dormimos essa noite. Não é para me gabar mas, o nosso capitão mandou montar 3 postos de guarda, isso é que era bom, ficou só um posto e todos à beira do Poças, eu não dormi, palpitou-me que íamos ser atacados nessa noite.
Felizmente, isso não aconteceu, depois de irmos buscar o morto, os meus camaradas acreditaram que eu tinha mesmo matado um turra. Lutei com o Manuel Quinsunga, nenhum camarada fez fogo porque quem o viu e quem lutou fui eu, cabo Poças. Se fosse mais alguém a fazer fogo, o Poças não regressava a Portugal vivo, metam esta história na cabeça, eu Poças, já escrevi uma carta a esse 1º cabo, o mecânico Azevedo sabe quem ele é, começa pela letra M e L, o que é verdade manda Deus dizer. Escrevi neste meu depoimento a mesma coisa na carta que mandei ao cabo que não sabe dar o valor que eu tinha, nessa altura. Hoje, eu podia não estar aqui convosco, caso eu não fosse tão duro e destemido, não fazia o que fiz.
Contei tudo ao nosso capitão, toda a verdade da operação, o capitão escreveu uma mensagem a dizer o seguinte aos turras; para não vos acontecer o mesmo, entregai-vos à tropa do Lucunga.
Quando viemos para o quartel, fui muito bem recebido pelo alferes Bicho, foi ele o primeiro que me deu um abraço, os furriéis e sargentos e o Bicho, levaram-me para a messe beber um wisque, foi uma festa, a minha esquadra também eu saúdo, pelo apoio que me deram Manuel Egídio, Manuel Macedo, Fernandes Nogueira e Domingos Teixeira e os 2 cabo verdeanos.
Isto é só para dar a entender a toda a Companhia e ao Batalhão, a realidade do meu combate por isso, o exército gratificou-me, com uma viagem Lucunga/Portugal e Portugal/Lucunga.
Angola 71/74 Terminado."

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Depoimento do Poças-3ª parte

(Cont...) quando da destruição das barracas e da lavra, um campo de cultivo e falando com o capitão, vi o turra e ele me viu, ficámos estáticos, a olhar um para o outro, passei palavra aos meus colegas mas,tardou o passa palavra, aí apontei a arma, no momento o turra ia a fugir.
Na destruição das barracas outro IN, não sei se era o mesmo das laranjeiras, passou em baixo com um capacete na cabeça, poucos minutos depois, ouvimos os disparos de uma arma, eram da arma do turra , zoavam bem por cima das nossas cabeças, foram 10 15 minutos debaixo de fogo, tiro a tiro, ouvia-se de vez em quando, então o nosso capitão, vira-se para o cabo Marques, para ir ao encontro com a sua secção mas, ele começou, hé hé hé então, o capitão vira-se para mim, Poças, tu e a tua secção, vai ao alcance do gajo. Fiquei logo a sangue frio, avancei pelo monte acima, não via, só ouvia, filho da puta vai para Portugal, para a terra do Salazar, vocês são bandidos contra o nosso povo de Angola, contra os angolanos, vão-se embora, filhos da puta, repetiu, várias vezes, ainda fiquei com mais força, mais coragem e raiva, não havia nada a fazer ou eu ou ele, tinha que ser apanhado à mão ou morto.
Encontrámos-nos na mesma árvore, eu ia a espreitar e calhei de o ver, a espreitar para mim, gritei, meu cabrão estás aqui, recuei, fazendo fogo para a frente, pulei de árvore, não tinha mais nada a fazer, algumas 6 ou 7 árvores, ele da 1ª para a 2ª e para a 3ª, eu fazia fogo sobre ele e dizia-lhe, manda a arma para a minha frente, coisa que ele não fez, só me respondia palavrões, mais raiva eu tinha, quando ele passava de árvore em árvore eu atirava para a esquerda, para a direita, para ver se o atingia ou se ele se entregava.
Disse-lhe várias vezes para ele se render, coisa que ele não acatou, na última árvore, ou seja a sétima, havia para aí uns 10 metros sem árvores e uma baixa de terreno que dava para um riacho pequeno nessa altura, foi só despejar as 20 munições, fiquei com uma bala na câmara, acertei-lhe com a vigésima bala em cheio, por debaixo da clavícula direita, a bala saiu por cima do ombro direito.
A brincadeira das árvores foi muito importante, o turra tinha com ele 2 facas, uma grande e tinha 2 lâminas, a minha sorte foi vê-lo de frente, eu recuei, se ele repara primeiro em mim, na mesma árvore onde nos encontrámos os dois, ele com uma faca, cortava-me a cabeça, eu estava maluco, a sangue frio, concretizava ele, ainda estava pior e talvez se vingasse. (Cont...)

domingo, 8 de abril de 2012

              Páscoa Feliz para todos os companheiros e amigos da CART 3451.

sábado, 7 de abril de 2012

Depoimento do Poças-2ª parte

(Cont...)
Fazíamos a tal segurança, "psico", reconhecimento de picadas, protecção a fazendas e à junta autónoma das estradas (JAE), tínhamos um pelotão destacado na Lembôa, tínhamos outro, no rio Coji, a dar protecção à JAE, só tínhamos 2 pelotões no quartel o que era pouco, assim, tínhamos meses de 20 dias de mata, etc.
Agora, cá vai disto, em meados de Novembro de 1972, fomos 4 dias para uma operação de onde resultou o seguinte; a primeira noite, ficámos a dormir numa fazenda, perto das malditas serras que eram três, a serra do Andimba, Zade bite-bite e a serra da Mucaba, era uma zona muito perigosa mas, tínhamos que gramar. Em relação a esta operação, atravessámos um rio, mais ou menos 10 metros de largura, água muito barrenta, com crocodilos e outros bichos. Começámos a caminhar pela serra acima, chegámos a uma certa altura, ouvimos barulhos, era assim, zim, zim, zim, então, o que era quando chegámos ao local, perto tinha 3 ou 4 laranjeiras, onde pelo menos um turra, tinha estado a varejar uma árvore, no chão muitas laranjas boas de casca fina, uma maravilha. Também existia uma casa velha, começámos a comer a ração de combate, para espanto nosso, passados uns 15 a 20 minutos, o Macedo, guarda costas do alferes Patrício que não estava presente, 2 furriéis e o capitão Gil. O Macedo viu de frente o turra, ele fugiu. Foi pegar em armas, só o Macedo podia fazer fogo, fiquei muito irritado, e comecei a caminhar, uns 30 metros para dentro da mata para ver se o via e disse ao capitão, tem por aqui um trilho, começámos a caminhar, andámos uns 150 a 200 metros, vimos uma cubata velha, onde tinha uma esteira igualmente velha, voltámos ao trilho, para meu espanto vejo umas pegadas de pé descalço, caminhámos pelo trilho e chegámos a um morro pequeno, fomos sempre no cimo do monte, andámos para aí uns 500 metros, vimos 3 palmeiras com coque note, em todas havia uma cabaça, para receber o líquido da palmeira que se chama malave, um vinho para eles, nessa altura, o 1º cabo Ferreira das transmissões pisou uma mina antipessoal que rebentou só o detonador, só fez baque porque se a mina rebentasse, adeus Ferreira que cá te quero ver. Fizemos uma batida pela mata, em linha, onde não resultou nada mas, o pior estava para vir, começámos a caminhar, o guia Raul que todos conheciam foi retirado pelo capitão que disse, Poças passa para a frente após o rebentamento da mina pelo cabo Ferreira, recomeçámos a caminhar, vi um cruzamento de quatro trilhos onde estava um cartaz de papelão, com alguns sinais, pendurado, era o código dos turras. Virei 1º para a esquerda e para a direita, não vi nada mas, já se ouvia algum barulho e encontrámos um campo de batatas, abóboras, milho, etc. Continuámos, mais uns metros, o trilho já descia foi quando ouvi um pato e galinhas, eram os turras a desconfiarem da gente, deviam ser eles, vem aí a tropa, mais abaixo, uns 15 a 20 metros, fazia um pouco escuro, esperei por um turra que estava a atar uma cabana com fiteiras, com ramos de palmeira em arco, era a entrada da cabana. Nesse momento fiquei com muitos nervos e vi ele a olhar e a rir-se , só reluzia os dentes e os olhos, foi quando me abaixei por detrás duma árvore, foi quando atirei, dei 2 ou 3 tiros mas, não lhe acertei, ele tinha muita genica, deu 3 ou 4 cambalhotas e conseguiu fugir. Começámos a destruir o acampamento, onde tinha 8 cubatas do lado de cá do riacho e 9 do lado de lá, nessa altura achei uma granada de mão que parecia uma botija de gás, o Melo e o Torres, os dois da minha secção, encontraram uma viola, loiça fina, etc, etc, (Cont...)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Depoimento do Poças-1ª parte

O depoimento abaixo, é da autoria do nosso companheiro António Mário Poças, descreve à sua maneira, o acto heróico que lhe valeu o prémio Governador Geral de Angola.

"Angola África linda:"
"Episódio da minha luta e da minha secção.
Eu, António Mário Poças.

1º cabo atirador do ano de 1971 fui para a tropa para Espinho aonde assentei praça no GACA3 em Paramos aí fiz a recruta depois passei a pronto ao fim de 3 meses fui para a Pesada 2 em Vila Nova de Gaia de onde tirei a especialidade de 1º cabo atirador depois fui para o castelo de Viana para fazer o IAO para depois ser mobilizado e seguir para Angola onde formámos batalhão que era o 3860 em que fiz parte do mesmo e da Companhia 3451 de artilharia onde embarcámos a 17 de Novembro de 1971 e chegámos a Luanda, Angola a 27/11/1971, levou 10 dias, no navio Vera Cruz pois, no dia da despedida, em Lisboa, foi muito sofrimento como antes, toda a gente chorava, pessoas desmaiavam enfim, nem é bom pensar nisso, então, foi um grande terramoto na despedida dos familiares, eu e muitos mais chorávamos mas, já me tinha despedido em casa, depois em Viana, apareceu lá a minha mulher e os meus sogros ao pé da estação da CP, pela 2ª vez custou-me muito foi terrível, com a minha filha de 17 meses ainda me custou mais, enfim, não digo mais nada. Fui para Angola é que era o caminho então, ao sair do navio Vera Cruz, do cais de Alcântara para Luanda, ao sair do rio Tejo, atirou-se um militar do navio, para a água, ainda demos uma volta grande mas, nunca mais apareceu o militar então, lá seguimos e ao passar pelas costas da Guiné e pelo lado equador aonde as ondas eram muito altas o navio balouçou muito então, muitos de nós militares, toca a por a carga ao mar, então, chegámos no dia 27 de Novembro a Luanda, Angola, eu e muitos mais esta noite não dormimos só para ver a baía de Luanda, era muito bonita então, atracámos ao cais pelas 7 horas da manhã depois, quando começámos a sair do navio, para fora, tínhamos um comboio com vagões à espera e muita gente africana então, lá partimos no comboio com destino ao Grafanil, foi uma viagem espectacular aonde tinha lá tropa com tempo de vir embora, tropa com meses dias, depósitos de seres humanos, militar claro, então, quando saímos do Grafanil, com destino à província do Uíge, em meados de Dezembro de 1971 mas, atenção, ainda tivemos sorte porque éramos para partir no dia 14, salvo erro, saímos no dia 16 ou 17 dois ou três dias mais tarde porque tínhamos uma emboscada dos turras preparada para nos atacar e ali só tem montes de um lado e do outro, eles os turras faziam mais prejuízo contra nós á pedrada do que nós com armas enfim, tivemos sorte em não sermos atacados porque nós íamos 12 a 15 militares em cada viatura, com as grades de lado, só podíamos sair pela traseira, era muito perigoso enfim, graças a Deus, lá chegámos ao destino que era Lucunga. Então, começámos a nossa tarefa dos 24 meses de onde foi muito difícil , lá íamos para a mata 3 e 4 dias, comíamos ração de combate e bebíamos água, quando estávamos no quartel, íamos à lenha e à água, formávamos um piquete de 12 ou 15, às vezes éramos menos, íamos também à areia e à pedra para as obras do depósito da água que era o 3º posto da guarda. Fizemos uma cabine no rio para pôr um motor para trazer a água para o quartel... (cont....)

terça-feira, 3 de abril de 2012

ENCONTRO 2012-Fotos 17 e 18


Altares da bonita igreja de Paredes onde se concentrou o pessoal da Companhia, lembrando os companheiros já falecidos e os que por quaisquer motivos, não poderam estar presentes.

domingo, 1 de abril de 2012

ENCONTRO 2012-Fotos 15 e 16


A bonita igreja de Paredes, local onde o pessoal da CART 3451 fez reflexão lembrando os companheiros ausentes. À porta está o Álvaro Pacheco (Fafe).