A guerra colonial foi pródiga em acontecimentos de toda a espécie, as guerras são assim. Na tentativa de sobreviver os militares usam toda a adrenalina, tomam atitudes absurdas que em tempo de paz incomodam.
Também no Lucunga, com o pessoal da CART 3451, aconteceram alguns episódios caricatos, lamentáveis até, agora, pensando neles, ficamos tristes...
Esta conversa, vem a propósito do email que recebi dum ex-combatente da guerra colonial, em Moçambique que me apraz divulgar, na tentativa de encontrar o ex-guerrilheiro da Frelimo que ficou sem o seu rádio.
Um epílogo feliz, para tranquilizar o nosso ex-combatente, são os meus votos.
Caro ex-Combatente, Luís Cabral!
Venho com muito gosto, convidar-te a visionar uma história de guerra por mim vivida há mais de 40 anos, em Tete, Moçambique, e que ainda está à espera de conhecer um epílogo: procuro um ex-guerrilheiro da Frelimo para lhe dar um abraço e devolver-lhe algo que lhe pertence.
Se gostares conforme espero, nesse caso peço-te por favor que divulgues este episódio. Há um conjunto de razões com raízes fundas em mim que me levam a fazer-te este pedido.
Uma dessas razões facilmente a descortinarás através do visionamento do vídeo publicado no Youtube e de que aqui lhe deixo o respectivo link
http://www.youtube.com/watch?v=KrR0G262dqU
Entretanto, permite-me ainda chamar-te a atenção para um detalhe relevante da história. Trata-se de uma imagem do referido guerrilheiro que segue em anexo. Eu não costumava levar máquina fotográfica para as operações, mas dessa vez aconteceu. Ainda bem, digo-o agora.
A imagem (para mim) é dolorosa por destapar um dramatismo não ficcionado. Se a tivesse de legendar, escreveria:
Ecce homo - Eis o homem a quem devo o rádio e um abraço.
Grato pela tua atenção, envio-te um abraço de camaradagem.
Jaime Froufe Andrade.
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