alter Gomes Bembe - 18 de Maio, 2011
Sobas e regedores do município do Bembe na província do Uíge desencorajam o consumo e plantação de liamba
Fotografia: Manuel Distinto Bembe
As autoridades tradicionais da comuna do Lucunga, no município do Bembe, estão preocupadas com a plantação e o consumo excessivo de liamba e de bebidas alcoólicas, que contribuem significativamente para o aumento do índice de crimes na localidade. Afonso Salakiaco, regedor do Quipaco, comuna do Lucunga, disse sexta-feira que muitos jovens, quando usam drogas e bebidas alcoólicas acabam por se envolver em actos de vandalismo, provocando uma série de conflitos no seio das comunidades locais. O regedor do Quipaco disse que as autoridades tradicionais da região, em colaboração com a Polícia Nacional, estão a desenvolver acções de combate aos crimes de natureza diversa, que ocorrem com alguma regularidade na comuna. "Nós verificamos, nos últimos anos, um aumento considerável dos níveis de delinquência no seio da juventude, devido ao aumento do número de habitantes nas distintas localidades da comuna e pelo facto de muitos serem fiéis consumidores de liamba, provocando assim o aumento dos casos de violência nos lares, sobretudo contra as mulheres e as crianças", referiu o regedor da localidade de Quindundo, uma localidade que dista cerca de 17 quilómetros a nordeste da sede do Lucunga. Domingos Sousa afirmou que "muitos jovens não têm o desejo de se formar academicamente e muito menos profissionalmente, querem apenas envolver-se em actos de vandalismo, perturbando o silêncio e o bem-estar dos habitantes"."Estamos a estudar a melhor maneira de podermos, de facto, desempenhar um papel preponderante na educação das novas gerações e na denúncia dos vários casos registados no seio da população do Lucunga." O administrador comunal em exercício aconselhou a população, no geral, e a juventude, em particular, no sentido de se absterem de actos de violência, alertando que, de acordo com a lei, os cidadãos envolvidos nestas práticas incorrem num crime gravíssimo, que os pode conduzir à prisão. Gouveia Muanza aposta no diálogo e na realização de acções de sensibilização sobre o resgate dos valores cívicos, morais, éticos e culturais como a principal saída para a redução dos índices de criminalidade, proporcionando com isso a harmonia, o respeito e aplicação das regras de boa convivência no seio das comunidades
Combate à pobreza
O administrador comunal em exercício da comuna do Lucunga, Gouveia Muanza, encorajou os habitantes da região no sentido de se organizarem em associações e cooperativas agrícolas, para poderem contribuir e dar azo às políticas do governo provincial de combate à fome e à pobreza no seio das famílias. "Temos um exemplo concreto dos angolanos recentemente expulsos da República Democrática do Congo, que foram agrupados em associações e, com isso, foi possível fazer o cultivo de plantações diversas, que estão a alimentar muitas famílias", referiu. Lembrou que o governo local está apostado em apoiar as famílias organizadas em associações, cooperativas, pecuárias e pequenas empresas, com créditos agrícolas, sementes, instrumentos de trabalho, máquinas de lavoura e outros meios que visam facilitar o relançamento da produção agrícola. O objectivo é combater a miséria no seio das comunidades, garantindo o progresso acelerado da comuna. O responsável afirmou que existem terrenos férteis suficientes para a agricultura mecanizada, para o rápido desenvolvimento sustentável da região. Gouveia Muanza realçou que a reabilitação das principais vias de acesso da comuna do Lucunga está a facilitar o escoamento dos produtos cultivados na região. "A comuna está numa fase de crescimento equilibrado em todos os sectores, mas devemos fazer muito mais para garantir o bem-estar das famílias, combatendo a miséria no seio das comunidades, principalmente daquelas populações que residem nas zonas mais longínquas da sede comunal", disse. A comuna do Lucunga localiza-se cerca de 44 quilómetros a nordeste da vila do Bembe. Possui uma população estimada em 18.350 habitantes, na maioria agricultores, distribuídos em sete regedorias e 51 aldeias. A mandioca, banana, jinguba, feijão, milho, batata-doce, cana-de-açúcar, laranja e hortícolas são os produtos mais cultivados na região.
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